100 Anos de Manoel Oliveira

Agora é que é a sério!!!
O ‘pânico’ está lançado. Hoje o mais antigo, conceituado e premiado realizador de cinema em actividade no mundo inteiro celebra 100 anos de vida e é português!!! Manoel de Oliveira faz 100 anos dos quais 77 dedicados ao cinema. Curiosamente a sua estreia no cinema deu-se como actor no filme “A canção de Lisboa”, na fase de ouro do cinema português. Em todo o mundo vai ser alvo de diversas homenagens com os seus filmes a passarem em diversas salas de cinema mundiais, só em Portugal nada se passará. Passa o preconceito de cineasta difícil, de palavras em câmara lenta, o preconceito de quem está condicionado por uma visão não artística do cinema, uma visão do cinema como subproduto comercial que serve para passatempo e nada mais. Seria de esperar que neste ano de 2008 tivéssemos acesso a uma obra que começa em 1931 com “Douro, Faina Fluvial”, ainda em tempo de cinema mudo, continua em 1942 com “Aniki Bobó” e que tem momentos inesquecíveis em, por exemplo, ”O Passado e o Presente” (1972), baseado na peça homónima do albicastrense Vicente Sanches, “Amor de Perdição” (1978), “Francisca” (1981), “Non ou a Vã Glória de Mandar” (1990), “A Caixa” (1994), “Vou para Casa” (2001), “O Quinto Império” (2004), "Cristóvão Colombo – o Enigma" (2007). Tantas salas de cinema e em nenhuma se pode ver o trabalho deste grande artista do cinema. Custa enfrentar este indiferente país indiferente dos santos da casa que, afinal, fazem milagres. E como não podia deixar de ser, Manoel de Oliveira vai passar esta efeméride a filmar já que está em produção o filme “Singularidades de uma Rapariga Loura” que será apresentado no Festival de Berlim no início de 2009. Mas quem pensa que vai parar por aqui, está enganado em Fevereiro de 2009 vai começar a filmar “Estranho caso de Angélica”. Goste-se ou não do estilo de Manoel Oliveira o que interessa é que o seu nome já está e estará para sempre gravado a ouro na História do Cinema Mundial. Penso que era altura dos portugueses terem orgulho nos “seus” conterrâneos, se lá foram lhes dão valor, porque será que por cá são desvalorizados e/ou desrespeitados?
Desde miúdo que fiquei fã do filme Aniki Bobó, portanto cá vai: "Aniki-bébé / Aniki-bóbó / Passarinho Tótó / Berimbau, Cavaquinho / Salomão, Sacristão / Tu és Polícia, Tu és Ladrão". Inesquecível!!!
PS: Feliz Aniversário, Sr. Manoel de Oliveira…fui